Fuçar

quinta-feira, 2 de junho de 2011

SABONETE OU LUXÚRIA



Era sexta.


Tomamos um belo banho pra sair.


Nosso primeiro encontro.


Mas não saímos.


Ficamos!


Juntos!


No carro!


O primeiro beijo quem deu foi ela.


Eu sofro, nunca sei a hora.


Perguntamos os nomes, a idade e profissão.


Conversamos sobre Deus e o Diabo.


Meu passado e minha intenção.


Ali o papo fluiu e esgotou.


Subimos as escadas.


No gás!


Entramos no APÊ.


E com carinho e carícias,


Consumamos o amor que nos consumia.


Depois fizemos promessas e juras.


Resolvemos sair.


Descemos as escadas.


Fugaz!


Saímos de carro.


E de carona, no banco de trás.


Uma grande dúvida:


Será que estamos cheirando SABONETE OU LUXÚRIA ????

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Sobre a saudade









Da pele, o gosto.


Na boca, um enrosco.


E agora? 


O que fazer?


Vou fugir . . . pra que?


PRA QUEM?


Prefiro ficar,


E me entregar de alma,


À saudade fria que tomou o seu lugar.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Vai trabalhar vagabundo



Notei que algo pingava em meus olhos. Sangue? Pensei!. 

Era dia já. Senti pelo sol forte no meu rosto.

Deduzi de maneira absolutamente lógica: Deus, me fizeste cego para provar a mim mesmo que de nada serve enxergar. Devo fazer sua vontade.

Prossegui o dia, cego!

Batia nas paredes, nos móveis, nos bichos e nas pessoas.

Era certo que não conseguiria. Mas Deus não me daria um fardo tão pesado se não pudesse carrega-lo.

Carreguei-o, durante uma hora. Pela segunda hora. Pelas horas que se prosseguiram.

Quando encontrei o portão que dava para a rua, veio se esguelando, meu irmão. 

Questionando-me sobre o porque do sumiço. Estavam quase chamando a"puliça".

Eu disse: Irmão, estou cego. Mas não se aflija. Acordei de manhã e havia sangue em meus olhos. Não pude ir ao trabalho, mas esta é a vontade de Deus. Regozijai-vos (adoro essa palavra)!!!

Meu irmão, como um bom irmão deve fazer, me socou a cara com força e rapidez "bruceleeânica" e com a mangueira atirou água em meu rosto, dizendo em tom de sarcasmo.

- Se Deus te queria cego meu irmão, deveria ter no mínimo trocado o ketchup vagabundo por mostarda preta.

Agora toma vergonha, lava esse rosto e vai trabalhar vagabundooo!!!

Moral da história: Ser cego fica muito mais fácil quando não se quer abrir os olhos. Convém!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Sobre mulheres e cães





Do cachorro me faz falta o pêlo duro, da mulher o macio cabelo escuro.


Na cozinha ela me dava um cheiro, enquanto o cachorro estragava todo o canteiro.


Nos olhos do dog era pura alegria, nos da mulher uma alegre melancolia.


Os dois com o mesmo brilho de criança no olhar.


Ela mal humorada e ele um picareta de presa afiada. 


Sinto muita falta da cavalgada noturna em volta da casa, enquanto do quarto ela gritava: PÁRAAAA!!!


Ele nunca à obedeceu, seu chefe era eu. Não digo o mesmo dela, pois na casa do charmoso quem mandava era a donzela.


Faz falta a sujeira do cão pela casa, e a mulher com a vassoura na sala.


Sinto falta das pequenas lembranças. 


Substituídas pouco a pouco por gotas de esperança.


Esperança de um dia ficar com a mulher, com o cachorro e quem sabe as crianças.


FIM

Sobre pessoas e dentes





Não acredito em pessoas. 


Acredito em dor de dente!


Ela não te trai, nem tão pouco atrai.


Ela é direta, fria e implacável. Todos sabemos de sua eminência.


Diferente das pessoas, não criamos expectativas quanto a ela. Ela simplesmente acontece.


E quando acontece, arrancamos o dente.


E pronto. 


Resolvido!


Na pior das situações estaremos chupando um delicioso sorvete no fim.




Mesmo assim ainda tenho uma queda pelas pessoas . . .